sábado, setembro 16, 2006

contraluz

Image: Andrey Porshnev

Irrompe do teu corpo iluminado
toda a luz de que o mundo sente falta
Não a que mais reluz. Só a mais alta
Só a que nos faz ver o outro lado

do bosque onde o Futuro e o Passado
defrontam o Presente que os assalta
num combate indeciso a que nem falta
o sabor de saber-se ilimitado

Irrompe assim a luz entre os extremos
da mesma renovada madrugada
E vibra a cada instante um novo grito

Com essa luz do grito é que nós vemos
que Passado e Futuro não são nada
apenas o presente é infinito

(David Mourão Ferreira)

2 comentários:

Luana disse...

Um poema que me deixou com os olhos fixados no computador.
Belíssima escolha, que no poema, quer na foto.
Sem dúvida um blog a recomendar.
Parabéns!

Femané disse...

luana>
Muito obrigado.