sexta-feira, setembro 01, 2006

Cosmologia II


Como conseguiu o universo a sua organização?

Ora “um estado inicial caótico pode evoluir para um mais ordenado, desde que haja uma reserva de entropia negativa”. Em tempo, lembra-se que entropia é uma quantidade matemática inventada pelos físicos para quantificar a desordem; logo, a entropia negativa, gerada pela expansão do universo, explica como “a presente organização é compatível com um universo que começou acidentalmente num estado aleatório”.

Por que o universo tem as coisas e leis que tem?

A respeito destas duas questões, a resposta vem de uma teoria matemática que abrange toda a física numa única super lei. Assim, a física pode explicar o conteúdo, a origem e a organização do universo físico, mas não as leis (ou a super lei) da própria física. Tudo o que é necessário são as leis. O universo pode tomar conta de si próprio, mesmo da sua criação. Mas as leis têm de estar ali para começar, de modo que o universo possa vir à existência.

Tradicionalmente Deus é creditado como o inventor das leis da natureza e como criador das coisas (espaço-tempo, átomos, pessoas etc.) sobre as quais estas leis actuam.

Seria Deus um matemático? Já que não se pode conhecer as coisas deste mundo sem conhecer a matemática... A matemática é a poesia da lógica. A lógica é o único ramo da matemática que pode “pensar acerca de si”. Assim, toda a natureza poderia ser deduzida de uma inferência lógica, mais do que de provas empíricas. O universo poderia então constituir-se de uma consequência inevitável da necessidade lógica.

“Os cientistas têm cada vez mais consciência da ligação entre os processos físicos e a computação, e lhes parece produtivo pensar o mundo em termos de informática”, onde o universo seria o hardware e as leis matemáticas seriam o software.

Surge então a ideia de uma mente universal, existindo como parte do universo físico. Um Deus natural em vez de sobrenatural. Este “fazer parte” não significa ter uma “localização espacial”, como as nossas mentes também não a têm. Nem significa ser feito de átomos, do mesmo modo que as nossas mentes não o são, diferente do cérebro. O cérebro é o meio de expressão da mente humana. Analogamente o universo físico seria o meio de expressão da mente de um Deus natural. Neste contexto, Deus é o conceito holista supremo, talvez muitos níveis de descrição acima do da mente humana.
In www.airtonjo.com/cosmologia03.htm

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