domingo, agosto 16, 2009

Efeito nocivo prolongado da bomba atómica


Células de pessoas que morreram em 1945 continuam a emitir radioactividade

“Este é o efeito de uma bomba atómica: quando acreditas que o pior já passou, ela volta para te assombrar”. O relato é de um dos sobreviventes de 9 de Agosto de 1945, no final da II Guerra Mundial. Katsuji Yoshida tinha 13 anos, nessa altura, e ainda vive em Nagasaki, sem uma orelha, com pele descamada e com costelas partidas que nunca se emendaram.

Os efeitos desta arma explosiva são duradouros e uma equipa de investigadores conseguiu fotografar emissões radioactivas provenientes de células de pessoas que morreram, em 1945, aquando da bomba atómica de Nagasaki.

As imagens são a evidência de que restos mortais de quem a morte foi provocada por razões nucleares continuam a emitir radiações mesmo após passarem mais de 60 anos, segundo explicou Kazuko Shichijo, docente da Universidade de Nagasaki e membro do grupo de cientistas que leva a cabo o estudo.

O estudo sobre os efeitos da exposição interna às radiações tem tido poucos progressos. Esta equipa de investigação é a primeira a conseguir provar que vítimas de bombas atómicas podem ser expostas à radioactividade tanto externa com internamente.

Shichijo e os seus colegas provaram, segundo uma perspectiva patológica, que a exposição era igualmente interna e a descoberta pode agora perceber quais são as consequências na saúde, que antes não tinham sido desvendadas e mesmo ignoradas em Hiroshima e Nagasaki.

Radiação idêntica à de plutónio

A equipa de cientistas analisou amostras anatómicas de sete pessoas entre 20 e 70 anos, que morreram naquela altura, sob uma exposição atómica entre 0,5 e um quilómetro do hipocentro da arma nuclear.

As fotografias tiradas a partículas alpha mostraram radiações de linhas negras vindas de células de ossos, rins e pulmões de vítimas e o resultado determinou que eram idênticas em duração e emissão às do plutónio usado na bomba de Nagasaki.

In: CiênciaHoje

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