Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...
Não sabia que caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.
Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.
Alberto Caeiro
segunda-feira, julho 31, 2006
Tempo de Férias
domingo, julho 30, 2006
(essa)Qana, Israel?!!!

Na mesma manhã em que a aviação israelita atingiu um prédio de três andares em Canaã, no Líbano, fazendo pelo menos 51 mortos, entre os quais 22 crianças, o primeiro-ministro libanês recusou-se a participar em quaisquer negociações até que seja alcançado um cessar-fogo com Israel.
É óbvio, não… Israel?!!!!!
sábado, julho 29, 2006
Talvez
Vivo dentro de uma concha
já não sei sequer quem sou
se existo realmente
se outrora alguém me amou
possivelmente não sou real
existo apenas na minha imaginação
ando perdida no mundo
desgastada pela imensidão...
serão os meus sonhos reais?
Talvez sim ou não
enquanto me procuro
na vastidão do meu pensamento
vou respirando fundo
tentando encontrar fundamento
nesta vida sem alento
num pensamento profundo
SF
sexta-feira, julho 28, 2006
Confidencias
Não procures a verdade no que sabes
Nem destino procures nos teus gestos
Tudo quanto acontece é solitário
Fora de saber fora das leis
Dentro de mim um ritmo cego inumerável
Onde nunca foi dito nenhum nome
Sophia de Mello Breyner
quinta-feira, julho 27, 2006
(sim senhor) Ministro

O Ministro da Cultura do governo do Brasil, Gilberto Gil, deu um concerto na passada Terça-feira no Salão Preto e Prata do Casino Estoril. O consagrado músico brasileiro apresentou o seu mais recente tema “Balé de Berlim”, juntamente com outros registos inesquecíveis da sua carreira artistica para além de comentários políticos muito a propósito da actualidade internacional. – Gostei.
quarta-feira, julho 26, 2006
Momentos
Esta angustia não esperada
Muito menos planeada
Invade-me uma vontade indisfarçável de me mascarar
De gargalhar, de disfarçar e meu cérebro enganar.
Sim, assumir sub-repticiamente uma expressão alegre e seduza o pensamento
E o meu corpo sinta. Sinta e eu finja.
E dissimule… consiga ultrapassar a dor desta angústia que teima e quer ficar
terça-feira, julho 25, 2006
Cânticos
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.
Irmão das coisas fugidias
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Cecília Meireles
segunda-feira, julho 24, 2006
Caloust Gulbenkian

CALOUSTE SARKIS GULBENKIAN, fundador da Fundação Gulbenkian foi, no seu tempo um investidor na área do petróleo, onde ficou conhecido como o senhor "cinco por cento". A sua paixão pelas artes, levou-o a juntar uma colecção única no mundo que se encontra reunida no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Chegou a Lisboa em plena II Guerra Mundial, onde acabou por se instalar até à sua morte, em 1955. Filantropo, deixou parte da sua fortuna à Fundação com o seu nome, cuja missão, estabelece objectivos caritativos, artísticos, educativos e científicos.
domingo, julho 23, 2006
ai Israel, Israel...
De ti que inventaste
a paz
a ternura
e a paixão
o beijo
o beijo fundo intenso e louco
e deixaste lá para trás
a côncava do medo
à hora entre cão e lobo
à hora entra lobo e cão.
De ti que em cada ano
cada dia cada mês
não paraste de acender
uma e outra vez
a flor eléctrica
do mais desvairado
coração.
De ti que fugiste à estepe
e obrigaste
à ordem dos caminhos
o pastor
a cabra e o boi
e do fundo do tempo
me chamaste teu irmão.
De ti que ergueste a casa
sobre estacas
e partiste
deuses e linguagens
guerras
e paisagens sem alento.
De ti que domaste
o cavalo e os neutrões
e conquistaste
o lírico tropel
das aguas e do vento.
De ti que traçaste
a régua e esquadro
uma abóbada inquieta
semeada de nuvens e tritões
santidades e tormentos.
De ti que levaste
a volúpia da ambição
a trepar erecta
contra as leis do firmamento.
De ti que deixaste um dia
que o teu corpo se cansasse
desta terra de amargura e alegria
e se espalhasse aos quatro cantos
diluído lentamente
no mais palácio
silente
e negro breu.
De ti
meu irmão
ainda oiço
o grito que deixaste
encerrado
em cada pétala do céu
cada pedra
cada flor.
O grito de revolta
que largaste à solta
e que ficou para sempre
em cada grão de areia
a ressoar
como um pálido rumor.
O grito que não cansa
de implorar
por amor
e mais amor
e mais amor.
José Fanha
sábado, julho 22, 2006
Nunca é tarde
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas a noites que nos precederam
Era a noite mais clara daquelas que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
Ary dos Santos
sexta-feira, julho 21, 2006
Sonhos de Sempre
O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...
(Miguel Torga)
quinta-feira, julho 20, 2006
Parabéns
Há palavras que nos beijam
quarta-feira, julho 19, 2006
Maternal
Não me apetece dormir
Apetece-me escrever
Mas as horas passam
Com os minutos a correr
Já não sei o que escrever
Alguma coisa há-de sair
Escrevo pequenas palavras
Até o sono estiver a cair
O “João-pestana” já lá vem
Devagar e de mansinho
As minhas crianças já dormem
Um abençoado soninho
Durmam bem meus bebés
Que amanhã é outro dia
Vou acordar de manhã
E tratar de vocês com alegria
Agora vou dormir também
Um soninho descansado
O “João-pestana” já chegou
E de sono vem carregado
SF
terça-feira, julho 18, 2006
quarta-feira, julho 12, 2006
terça-feira, julho 11, 2006
domingo, julho 09, 2006
Eclipse lunar

Sem remédio
Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!
Florbela Espanca
sábado, julho 08, 2006
Olhares cibernéticos

Neste mundo…
O mundo da comunicação cibernética
… real!
A “realidade virtual”
Onde não há fonética.
“Arranjei um amigo!”
Dirão alguns.
“Uma amiga!!”, dirão outros.
É a virtude… Na sua intrínseca virtualidade...
Bem real…, mas virtual.
Renovação dos tempos…
... Não haver comunicação igual
Futuro que entra por nós dentro
O deste mundo… “real”.
… Mas eu pergunto:
Se foi acrescento o que nos trouxe o evento
Ao Mundo Social?
… Já que é real!
Ao Mundo onde nem há pão nem razão…
Ao Mundo real.
Como serão a mudança de tempos
Quando esse Mundo… passe a virtual?!
O Mundo real, fatal.
… Não tenho respostas
Ninguém me diz nada!
… “Nós somos a resposta!!”.
… Nada.
Que comunicação desigual…
Essas
As que são reais
As desnaturais
As ilegais e até as virtuais
Essa
A que não recebe resposta... mas que é real.
Impõe-se que se faça uma referência de apreço aos Autores: “UM LIVRO DE SONHOS”, "RAQUEL" e “EMOÇÕES” que se publicam neste espaço virtual, mas real.
Blogers, que me proporcionam excelentes momentos de reflexão
A sua riqueza literária;
A majestosa mensagem de humanidade que encerram.
sexta-feira, julho 07, 2006
Magica Sedução
quinta-feira, julho 06, 2006
Fulgor
E a tudo
a tudo alheio,
saboreio.
Absorto
sorvo
este cacho de uvas
tão maduras…
Este cacho de curvas que é o teu corpo
David Mourão Ferreira
quarta-feira, julho 05, 2006
terça-feira, julho 04, 2006
Vinicius de Moraes

De tudo, ao meu amor serei atento
segunda-feira, julho 03, 2006
Pablo Neruda

domingo, julho 02, 2006
sábado, julho 01, 2006
Praia
Ainda bem que o tempo está propicio a uma tarde de futebol internacional.
É só esperar… e ver pela televisão.
Freitas do Amaral

“A «extrema-direita legal» na América, que acompanhou Bush na Administração, é composta por «nacionalistas exacerbados» que advogam que os EUA não têm a obrigação de respeitar o direito internacional: «O mesmo pensavam e faziam o fascismo italiano e o nazismo alemão», escreve Freitas do Amaral no prefácio do seu livro Do 11 de Setembro à Crise do Iraque, publicado em 2002."